Um mês depois do temporal que atingiu Sorocaba (SP), na madrugada do dia 20 de janeiro, o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) ainda trabalha para recuperar os prejuízos causados pela chuva que invadiu o hospital e destruiu móveis, medicamentos e equipamentos médicos.
Na ocasião, um elevado volume de chuva foi registrado – em 24 horas choveu 150mm, cerca de 70% do esperado para o mês de janeiro todo -, provocou diversos pontos de alagamentos e estragos em casas, comércios e dois hospitais, o Gpaci e o Evangélico.
Referência no tratamento de câncer, o Gpaci recebe pacientes de 47 cidades da região. Os atendimentos, contudo, foram prejudicados desde a enchente e até o momento, o hospital está sem aparelhos de tomografia e raio-X, essenciais para o funcionamento da unidade.
No mesmo dia, uma força-tarefa, composta por funcionários e voluntários, ajudaram na limpeza das salas e corredores tomados por lama e em alas hospitalares que foram danificadas pela chuva.
De acordo com o administrador hospitalar do Gpaci Ricardo Diacov, o térreo do prédio, área atingida pelo temporal, concentra os principais serviços de detecção e identificação de cânceres. “É onde tudo acontece. É onde o paciente chega, faz exame, passa por consulta, onde existe a coleta. É dali que ele segue para os próximos serviços, então nós tínhamos um desafio bastante grande pela frente”.
“Foi impressionante os órgãos públicos, as pessoas, os pacientes, mães que perderam os filhos estavam aqui no dia, vindo ajudar. Foi uma coisa que nos impactou muito! Então, com tudo isso, graças a Deus acabou não tendo tanta repercussão ruim para os pacientes, porque conseguimos restituir os atendimentos e as cirurgias, que já estão a pleno vapor”, destaca o médico oncologista André Viu Matheus.
A presidente do conselho do hospital Maria Lúcia Neiva de Lima, reforça que o a recuperação total do Gpaci não tem sido um trabalho fácil. Equipamentos que não foram recuperados, como aparelhos de tomografia e raio-x, demandam um alto investimento.
“Temos sofrido um pouco com a questão da tomografia, que nós acabamos perdendo e está tendo um certo impacto para a gente, mas, quanto ao restante, estamos com muito, muito trabalho, e conseguindo reverter a situação”, relata Maria Lúcia.
“Estamos tentando voltar à normalidade. Há apoio de muitos hospitais nos emprestando aparelhos, dando assistência no que é necessário. Estamos precisando muito de que haja compreensão das coisas que ainda não estão funcionando como deveriam”, destaca o médico André.
Veja como ajudar
O hospital disponibilizou o telefone (15) 2101-6555 para quem deseja colaborar com doações. No site, também é possível doar, por meio de PIX, transferências bancárias ou cartão de crédito. O Gpaci também disponibiliza um portal com prestação de contas.
Referência no combate ao câncer infantil
Neste ano, 2024, o Gpaci completa 41 anos atendendo crianças de toda a região metropolitana de Sorocaba, desde os primeiros meses até os 18 anos. Os tratamentos vão do diagnóstico ao transplante de medula óssea.
Para o médico André Matheus, o trabalho desenvolvido pelo Gpaci vai muito além da cura e prioriza trazer dignidade e proporcionar melhores condições aos pacientes e familiares.
“Nesse tempo a gente conseguiu, se não curar – porque nós não curamos todos, infelizmente -, amenizar a dor, amenizar o sofrimento, trazer ‘vida’, no seu contexto mais amplo: ‘vida’ de felicidade, ‘vida’ de uma família que chega destruída e sai com esperança. Muitas vezes sai com a criança nos braços de Deus, mas feliz porque pôde oferecer um tratamento que, não levou à cura, mas levou à amenização da dor”.
– Fonte: g1.globo.com
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